terça-feira, 25 de março de 2008

REPETIÇÕES E PROGRESSO

Autor:Seicho Taniguchi

Como é do conhecimento de todos, os planetas como a Terra, Mercúrio, Vênus, Saturno etc., ao mesmo tempo que giram em torno do Sol, realizam também o movimento de rotação numa determinada velocidade. E, mesmo somando todos esses planetas, não chegam à septuagésima parte da massa do Sol. Vendo por esse fato, percebe-se o quanto é gigantesco o poder que o Sol exerce sobre nós. O movimento de translação do globo terrestre determina as estações do ano: primavera, verão, outono e inverno. E o movimento de rotação determina o dia e a noite. Esses movimentos se repetem em determinado espaço de tempo, de modo extremamente ordenado. Conseqüentemente, após um ano, sempre chega o Ano Novo, e acontece o mesmo com as estações do ano. Ou seja, a nossa vida se desenvolve num ritmo de “repetições” em escala gigantesca.Assim, as pessoas costumam pensar que a vida é uma repetição dos mesmos fatos e que essa é a lei da Natureza. E têm a falsa impressão de que o melhor é continuar fazendo a mesma coisa que fizeram no ano que passou. Entretanto, será que este ano pode ser igual ao ano que passou? Não é possível haver progresso e crescimento?...É possível, com certeza, e é necessário que assim seja. Isso é renascer, e é o desejo ardente de todas as pessoas. Nunca nos satisfazemos em continuar vivendo sem qualquer mudança. Até o Sol, ou melhor, o sistema solar, é assim, porque o Sol, em si, não é estacionário, e sim dinâmico. O Sol faz o movimento de rotação e vai deslocando-se para uma direção do Universo, numa velocidade extraordinária. Parece-me que vai girando, tendo como centro um buraco negro, localizado na parte central do Sistema Galáctico, mas, seja como for, está voando, sob o efeito de uma lei, para uma determinada direção, numa velocidade ultra-rápida.Conseqüentemente, os planetas que giram ao redor do Sol também estão movimentando-se de modo complexo para uma determinada direção, e jamais retornam ao “mesmo lugar” do Universo. Em suma, o nosso globo terrestre parece estar repetindo os mesmos movimentos, mas não está. Ele avança impetuosamente para um novo espaço sideral, traçando uma órbita em espiral ou em curva senoidal.Conseqüentemente, nenhuma força pode deter esse progresso. Por mais que ordene “Siga a órbita anterior”, é inútil. Desse modo, os fenômenos se transformam e continuam progredindo infinitamente. Essa é a lei do Universo e, portanto, em nosso peito também se eleva a voz que busca o progresso infinito e que amadurece a conscientização de que o “fenômeno é inconstante”. Entretanto, se pensar equivocadamente que é correto tornar fixo o fenômeno e mantê-lo sempre no mesmo estado, isso será denominado jōken (N. da T.: idéia de que tudo que existe no mundo é perene), que é uma ilusão. E, se pensar que a mudança constante seja a Imagem Verdadeira, isso será uma ilusão denominada danken (N. da T.: idéia de que a morte é o fim de tudo). Tudo isso é uma ilusão na qual caem as pessoas que não compreenderam a distinção entre fenômeno e Imagem Verdadeira.
Revista Fonte de Luz - Julho / 2007

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